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Porto Velho,24/04/2024

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Os militares brasileiros que foram defender a Ucrânia na guerra

Três militares brasileiros juntaram-se à Legião Estrangeira a lutar ao lado dos ucranianos

Fonte: DR
Os militares brasileiros que foram defender a Ucrânia na guerra
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Militar de 27 anos que integra força especial de combate na Ucrânia com dois portugueses falou à CNN Portugal. Neste momento serão já 40 mil os estrangeiros que se juntaram à legião estrangeira, criada por Zelensky.

André K tem 27 anos e juntou-se há dias ao exército ucraniano. Está num grupo de combate especial com mais dois brasileiros e dois portugueses e explica à CNN Portugal o que o fez ir lutar contra os russos. “Estamos do lado certo, defendendo um país que precisa de ajuda. Não somos omissos como os governantes do mundo. O dever de ajudar tem de estar em primeiro lugar”, diz o brasileiro e militar. Ele, que estava a morar em Paris, e os quatro companheiros do seu “pelotão” não se conheciam, mas foram integrados todos na Legião Estrangeira da Ucrânia - uma unidade de combate formada por voluntários de vários países do mundo.

Os dois portugueses, assim como os colegas brasileiros, foram dos primeiros estrangeiros que se alistaram naquela legião criada por Volodymyr Zelensky E como falavam a mesma língua e tinham todos um perfil militar, foram selecionados para formarem um grupo de elite. “Somos da Legião, mas estamos num grupo de forças especiais”, conta André K, explicando que as opções têm que ver com a capacidade de combate de cada voluntário. Tanto ele como os seus compatriotas e os dois portugueses têm “experiência militar”.

Estão no terreno, no meio da Ucrânia, sob o comando do exército ucraniano. E as ordens da hierarquia são claras: não podem dar qualquer detalhe sobre a operação nem a localização. Podem falar com as famílias, mas sem dar pormenores. Estão em missão de combate contra os russos e os próximos dias são decisivos.

Nas redes sociais alguns destes voluntários têm publicado fotos, em particular os brasileiros. Surgem de farda militar, espingarda e lenço na face. Os portugueses são mais reservados. “Aqui comigo só estão dois portugueses, mas no pelotão normal estão mais”, conta André K, explicando que quando ouviu o apelo de Volodymyr Zelensky a pedir que os estrangeiros se juntassem ao exército ucraniano não hesitou. “Peguei na minha mochila, comprei uma passagem de autocarro e vim juntar-me ao exército ucraniano.” Quando chegou à fronteira, explicou que queria ajudá-los a lutar. “Disse que era voluntário e que me queria juntar ao exército. Como tinha experiência militar, foram buscar-me.” Foi entrevistado, assinou uns documentos e passou a ser militar desta nova unidade.

Neste momento já serão mais de 40 mil os estrangeiros, militares e ex-militares, que integram a legião, segundo adiantou o apresentador de rádio canadiano Dean, que está em Kiev. Na sua conta do Twitter, revela que “há tantos canadianos” que os ucranianos decidiram entregar-lhes uma unidade - que já conta com “500” operacionais, estando mais a caminho. Não existem, no entanto, números oficiais.



Por todo o mundo têm surgido notícias de pessoas que se querem alistar. Segundo a Voz da América, que citou fontes da Embaixada da Ucrânia nos EUA, no dia 6 de março já três mil norte-americanos tinham respondido ao apelo e pedido para integrar a legião. No entanto, os únicos dados avançados pelo presidente Volodymyr Zelensky até ao momento davam conta de 16 mil voluntários na Legião Estrangeira, outros dados apontavam para perto de 20 mil.

Voluntários tentam arranjar dinheiro para a viagem

Quanto aos portugueses, há também vários terreno de operações na Ucrânia. “Muitos estão no pelotão normal, com espanhóis”, acrescenta o militar brasileiro. São integrados na Legião estrangeira, mas antes têm de passar pela aprovação das autoridades ucranianas. Há mesmo uma plataforma criada pelos ucranianos para recrutar voluntários. Entre as listas de países selecionados está Portugal. Neste site são fornecidos os contactos que em cada país devem ser feitos para se dar início ao processo de integração na unidade de combate. Em Portugal, segundo esta plataforma, são facultados os telefones do consulado da Ucrânia, no Porto, e embaixada da Ucrânia, em Lisboa.

No entanto, o número de portugueses que já foram ou estão a ir para a Ucrânia não é divulgado. À CNN Portugal, fonte do consulado confirmou que tem recebido vários contactos nos últimos dias de pessoas que querem ir combater, mas garantiu que a informação quanto ao número de voluntários que estão a integrar a legião está a ser gerido pelo adido militar da embaixada da Ucrânia em França. Também a embaixada da Ucrânia em Lisboa alega que, por agora, não tem ainda dados sobre os portugueses.

O certo é que nos últimos dias são vários os ex-militares, em particular ex-comandos e ex-paraquedistas, que nas redes sociais falam da sua ida ou da de colegas para a Ucrânia de forma a integrarem o exército e lutarem contra a Rússia. Muitos estão até a pedir ajuda para tentar reunir dinheiro para a viagem, pois esta tem de ser paga pelo próprio voluntário. É o que está a fazer o ex-comando Nuno M., que no seu instagram colocou um telefone para onde se pode enviar dinheiro.

Segundo as orientações que são divulgadas pelas autoridades ucranianas, há 7 passos a dar para se combater: contactar a embaixada, ter documentação e equipamento se recomendado, entregar os documentos na embaixada e submeter-se a uma entrevista, escrever um documento para se alistar na legião, receber as instruções sobre a ida para a Ucrânia, fazer a viagem e quando chegar pode então juntar-se aos milhares de estrangeiros que lutam ao lado dos ucranianos. "Mas não gostamos da guerra. Estamos aqui pela Paz", garante André K.

Por Catarina Guerreiro

CNN Portugal 

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