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Porto Velho,20/04/2024

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Para Confúcio Moura combater o preconceito racial é indispensável levar a dignidade, a cidadania e os direitos negados pela escravidão

Em discurso veemente, o senador de Rondônia disse da dificuldade do combate ao racismo estrutural, da dívida que a sociedade tem para com os negros e que só a educação de qualidade promove igualdade para todos


Para Confúcio Moura combater o preconceito racial é indispensável levar a dignidade, a cidadania e os direitos negados pela escravidão
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Com o objetivo de relembrar a data da abolição da escravatura no Brasil, comemorada em 13 de maio, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) utilizou a Tribuna do Senado Federal nesta quinta-feira (12/05), durante a Sessão Deliberativa para discorrer sobre o racismo estrutural tão debatido ultimamente no Brasil. Para ele, é um tipo de racismo muito difícil de eliminar, porque está nas estruturas da sociedade, das pessoas, e que só possível extinguir o preconceito por meio da escola de qualidade e inclusiva para todos. Logo, da melhoria da educação como um todo.

Ao iniciar sua fala, o senador rondoniense disse que o seu discurso foi preparado para falar no dia 13 de maio, no entanto, como não haverá sessão nesta sexta-feira, resolveu antecipá-lo. O parlamentar lembrou ainda que durante o seu tempo de estudante secundarista, aprendeu que era para comemorar o 13 de maio, mas, com o tempo, aprendeu que não se comemora esta data, mas devemos lembrá-la como uma data histórica, importante.

Para o senador, a abolição da escravatura não é uma data para se comemorar no Brasil. “Não é, porque, analisando mais profundamente a origem de tudo isso, a gente vê que o Brasil não tem todo esse merecimento quanto à iniciativa da abolição da escravatura em relação aos outros países da América Latina. O Chile, por exemplo, aboliu a escravatura 65 anos antes do Brasil; o Peru e a Venezuela, muito antes. O Brasil fez isso tardiamente, por pressões internacionais, pela ousadia da Princesa Isabel de assinar a Lei Áurea”, disse.

Confúcio Moura destacou que a Lei Áurea foi importante para a liberdade dos negros brasileiros, escravizados por muitos anos. “Havia o comércio de negros, eram comercializados, vendidos em praça pública, submetidos a trabalhos forçados, e isso os estigmatizou. Libertamos e os largamos à própria sorte. Os quilombos existentes ainda hoje demonstram que a segregação continuou.  Também hoje a gente observa ainda o preconceito. Você pode ver isso em um jogo de futebol – recentemente, acho que foi na Argentina, e até no Brasil mesmo –, as torcidas ridicularizam jogadores negros ofensivamente”, lamentou.

O senador também lembrou o bullying nas escolas contra os negros e que o preconceito ofensivo, humilhante, traz sequelas permanentes na vida, no crescimento das crianças e adolescentes. “Darcy Ribeiro falava o seguinte: não temos aqui uma raça pura, no Brasil, tem aqui as ninhadas, aqui e acolá, de brancos, aqui e ali tem as suas colônias, mas, no grosso, no grosso, o povo brasileiro é mestiço, o povo brasileiro é uma mistura de tudo, do branco, do índio, do negro”, discursou Confúcio Moura.

De acordo com o parlamentar, Darcy Ribeiro, no seu livro – O Povo Brasileiro, dizia que a mestiçagem é que dá a beleza do brasileiro. “É muito importante destacar isso e agradecer aos negros por tudo que fizeram pelo Brasil, carregando nos braços, nas costas, no suor, sob tortura, a economia, a riqueza para poucos”, falou.

Confúcio enfatizou ainda que a maneira de mitigar o racismo estrutural é investir cada vez na educação, em políticas inclusivas, em cidadania. “Então, temos que preparar isso através de escolas de qualidade, inclusiva, para todos. Isto é fundamental para combater discriminação racial, isto é indispensável: levar a dignidade, a cidadania e os direitos que não foram oferecidos no momento certo da abolição da escravatura, nem tivemos preocupação com isso. Quase todos os governos não tiveram o cuidado de oferecer direitos iguais para todos. E direitos iguais não são apenas as leis, no Código Penal ou no Código Civil. Não, direitos iguais na escola, nas oportunidades, enfim, em todos os aspectos da vida humana, de maneira igualitária”, concluiu o parlamentar.

 

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