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Shuellem Ferreira da Silva de 25 anos é coveira no cemitério Cristo Rei em Vilhena há quase três anos. Dedicada em tudo que se propõe a fazer, Su, como é chamada pelos mais próximos, é exemplo de perseverança.

Shuellem sempre sonhou em ser servidora pública e em 2020, foi aprovada em 1° lugar na prova objetiva do concurso da prefeitura de Vilhena, para o cargo de coveira. Na prova prática, ela precisou cavar uma cova rasa, roçar, carpir, preparar uma cova e simular um sepultamento.

Ela foi considerada apta, se tornando a primeira mulher a ocupar o cargo de coveira em Vilhena.

Su é formada e pós-graduada em Gestão Pública e está no 5º período de Letras- Português e Espanhol. Ela nunca parou de estudar.

Shuellem precisou enfrentar vários desafios em sua profissão, pois assumiu o cargo no auge da pandemia de Covid-19.

“Quando eu assumi o concurso estava no auge da pandemia COVID-19. Assim que entrei no cemitério, tive que aprender rapidamente a fazer massa, assentar tijolos e fazer reboco nas gavetas. Foi um período muito difícil, psicologicamente falando, pois, nós estávamos lidando diariamente com inúmeros falecimentos. Eu presenciava momentos de muita dor das famílias, eu tinha que ter o psicológico muito forte pra eu conseguir trabalhar fazendo os sepultamentos. Por diversas vezes eu me segurava pra não chorar vendo tanto sofrimento dos familiares, eu tentava me concentrar ao máximo e bloquear a minha mente pra eu conseguir realizar o meu trabalho de forma profissional”.

Mas não se engane com sua frágil e delicada aparência. Ela literalmente coloca a mão na massa, realizando as mesmas atividades que seus companheiros de profissão, todos homens.

“O meu trabalho no cemitério é 100% braçal, eu faço massa, assento tijolos, faço reboco, cavo covas rasas, rastelo e também carrego entulhos com a carriola. Eu encaro tudo isso de forma muito natural, pois tudo na vida é difícil até a gente atingir objetivos maiores. Enquanto eu for coveira, quero realizar o meu trabalho da melhor forma possível e sempre vou me dedicar ao máximo na minha função para prestar um excelente trabalho para a população de Vilhena, cuidando e zelando dos seus entes queridos que partiram”.

E ela ainda deixa um recado para outras mulheres:

“Todo trabalho é digno, e não importa o seu cargo. Se orgulhe da sua profissão, faça sempre um trabalho bem feito, e nunca se esqueça que o resultado sempre virá na mesma proporção do seu esforço. Nunca deixem de sonhar e buscar todos os dias. Se nós ficarmos paradas não chegaremos a lugar algum. E não se esqueça enquanto há vida, nunca é tarde para começar ou recomeçar”.

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“Seja a mulher que sempre quis ser e não aquela que o mundo espera que seja. Só dessa forma descobrirá a sua força e o seu poder”.

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