Urbano Norte paga caro: Professora discriminada por motorista ganha indenização da empresa

Iule Vargas, professora do ensino superior e pré-candidata a vereadora em Porto Velho pelo REDE/PSOL, enfrentou uma situação de constrangimento e discriminação em novembro de 2023, quando uma motorista de aplicativo da Urbano Norte se recusou a atendê-la adequadamente devido às suas necessidades especiais. Iule, que na época se recuperava de uma cirurgia no fêmur necessária para tratar um câncer e estava usando muletas, pediu para sentar no banco do carona devido à sua condição, mas teve a corrida cancelada pela motorista com a justificativa de que “cada um tem seus problemas”.
O caso, que ganhou visibilidade após ser divulgado por Iule nas redes sociais, chegou ao Ministério Público do Estado de Rondônia. Na quinta-feira (27), foi concluído com uma vitória para Vargas. A Urbano Norte concordou em pagar uma indenização extrajudicial pelos danos morais sofridos, além de cobrir as despesas de deslocamento para tratamento de saúde durante um mês.
Além da compensação financeira, a Urbano Norte se comprometeu a implementar uma série de medidas afirmativas dentro da empresa. Isso inclui a criação de um programa de 'compliance', que funcionará como um guia de ética e disciplina empresarial, e a elaboração de um plano de ação para reforçar políticas positivas para motoristas que atendam passageiros LGBTQIA+ e com necessidades especiais, como idosos e pessoas com deficiência.
Iule expressou alívio e satisfação com a decisão e destacou a importância de abordar as condições de trabalho dos motoristas de aplicativo. “Fiquei muito feliz com a decisão. É importante destacar que isso é uma pauta nacional, em virtude de que os motoristas não são regidos pela CLT, mas por um ‘contrato de regimento interno’. Eles também são prejudicados por isso”, comentou Vargas.
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