Policiais penais denunciam abandono e realidade caótica nos presídios de Rondônia
Divulgação Enquanto a Secretaria de Justiça de Rondônia (SEJUS) divulga uma imagem de controle e eficiência no sistema prisional do estado, policiais penais denunciam que a realidade dentro das unidades prisionais é bem diferente. A categoria afirma que sofre com abandono, más condições de trabalho e constantes ameaças, expondo um cenário crítico que contrasta com o discurso oficial.
Falta de apoio e condições precárias
Policiais penais que atuam diariamente no sistema prisional relatam uma rotina de trabalho marcada pela falta de estrutura e segurança. A escassez de equipamentos adequados, coletes balísticos vencidos, rádios comunicadores obsoletos e o déficit de efetivo são problemas que se acumulam, tornando o trabalho cada vez mais perigoso.
"A SEJUS vende uma realidade idealizada, mas dentro dos presídios estamos abandonados. Trabalhamos sem o mínimo de segurança e apoio. Os policiais penais enfrentam condições insalubres e o constante risco de rebeliões e atentados", denuncia um policial penal que prefere não se identificar por medo de represálias.
Ameaças e pressão psicológica
Além das condições precárias, a categoria também lida com ameaças vindas de facções criminosas. O controle das unidades prisionais se tornou um desafio diário, pois os detentos organizados exercem grande influência dentro e fora dos presídios. Policiais penais relatam que muitos colegas vivem sob pressão e medo, sem respaldo da administração pública.
"Os presos estão cada vez mais ousados e bem organizados. Sem estrutura e sem apoio, o policial penal é quem fica vulnerável. Muitos já foram ameaçados e perseguidos até fora do trabalho", relata outro profissional do sistema prisional.
Distanciamento da SEJUS e a falta de diálogo
A falta de diálogo entre a SEJUS e os policiais penais é outra reclamação recorrente. A categoria afirma que não é ouvida quando se trata de melhorias no ambiente de trabalho e segurança. Enquanto isso, nas redes sociais e em eventos institucionais, a secretaria divulga uma imagem de que tudo está sob controle, o que, segundo os profissionais que atuam na linha de frente, está longe de ser verdade.
"A administração da SEJUS se preocupa mais em mostrar uma fachada bonita do que em resolver os problemas reais. Enquanto isso, nós continuamos enfrentando riscos diários sem qualquer tipo de respaldo", desabafa um policial penal.
Cobrança por soluções
Diante desse cenário alarmante, os policiais penais pedem urgência em medidas que garantam melhores condições de trabalho e segurança para os profissionais que atuam nos presídios de Rondônia. A categoria reivindica mais investimentos em equipamentos, reforço no efetivo e uma atuação mais firme da SEJUS para enfrentar a criminalidade dentro do sistema prisional.
Sem mudanças concretas, a situação dos presídios de Rondônia pode se agravar, comprometendo não apenas a segurança dos policiais penais, mas também a estabilidade do próprio sistema carcerário do estado.
COMENTÁRIOS