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Porto Velho,19/04/2024

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Mãe de Carol presta apoio à filha: 'Eu me envergonharia se ela berrasse a favor de um torturador'

Ex-atleta celebra o resultado do julgamento da filha, mas condena repressão no esporte. "É como se dissessem 'atue, jogue e não se manifeste em nada'", diz


Mãe de Carol presta apoio à filha: 'Eu me envergonharia se ela berrasse a favor de um torturador'
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Créditos: Revista Fórum (acesse) - Ex-atleta de vôlei de praia, Isabel Salgado celebrou o resultado do julgamento da filha, Carol Solberg, que se livrou de uma suspensão e multa de R$ 100 mil por gritar “Fora, Bolsonaro” em entrevista. Para Isabel, a manifestação da filha é legítima e estranho seria se o grito fosse a favor de um “torturador”.

“A manifestação da Carol foi pra lá de lícita e legítima numa entrevista. Eu estranharia se fosse diferente. Eu me envergonharia se ela berrasse a favor de um torturador. Ou enaltecendo uma pessoa que agiu covardemente contra outros. Ou se ela fosse homofóbica ou racista. Eu me orgulho de meus filhos. Do caráter bacana deles. Eu estranho a indiferença das pessoas diante do que está acontecendo no Brasil. Na nossa cara”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.

Apesar de aliviada porque não houve punição, Isabel condena o “puxão de orelha” do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Otacílio Soares de Araújo. Para ela, expressão infantiliza o atleta.




“Fiquei chocada com a fala do Otacílio, um equívoco só. ‘Puxar orelha’ é infantilizar o atleta. É reprimir. E a Carol naquela hora tinha que ouvir e não responder ‘olha como fala, sou uma mulher de 32 anos, sou mãe’. Ele ainda a chamava de ‘senhorita’. Mas agora ela decidiu recorrer ao Tribunal Pleno, por não aceitar a advertência, que na verdade é censura disfarçada”, comenta.




Isabel, que também já se manifestou diversas vezes contra o governo de Jair Bolsonaro, diz que há uma repressão grande no esporte para que atletas não se posicionem politicamente. “Acho que alguns atletas gostariam de se manifestar, mas existe toda uma repressão, toda uma estrutura que veta a participação. Em qualquer meio há retaliações. Eu entendo o silêncio de alguns porque não têm como pagar o preço. Mas de outros, eu lamento. É como se dissessem aos atletas. Atue, jogue e não se manifeste em nada. É patético”, afirma.

“Olha só o basquete americano, a NBA. Eles não passam o tempo todo dando recado. Mas se negaram a jogar. Trouxeram à tona, sem véu, o racismo e a violência policial contra negros nos EUA”, compara a ex-atleta.




Carol Solberg vai recorrer da advertência que levou do STJD. Os advogados da atleta consideram que o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e o Regulamento das competições não possuem nada que proíba tal conduta. No tribunal, ela foi condenada por três votos a dois.

De acordo com o relator do caso, Robson Vieira, Carol descumpriu trecho do regulamento que proíbe dar opinião que prejudique a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e seus parceiros comerciais, mas a pena poderia ser branda e convertida em advertência. A entidade conta com o Banco do Brasil como um de seus patrocinadores.




Luisa Fragão




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