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Porto Velho,28/03/2024

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Entrevista com Brunno Oliveira o Jovem Prodígio do Sindicalismo em Rondônia - Por Carlos Caldeira

Entrevista realizada pelo jornalista Carlos Caldeira


Entrevista com Brunno Oliveira o Jovem Prodígio do Sindicalismo em Rondônia - Por Carlos Caldeira

"A mentira não se sustenta por muito tempo".

 

"O resultado do salto alto está aí, 0% de aumento no salário, indo para o 4° ano seguido".

 

 

O nosso entrevistado da semana é o jovem servidor do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, Brunno Oliveira, que foi candidato a Presidente do Sinjur em 2020, ficando em segundo lugar com 496 votos.

 

1 - Brunno, tudo bem? É um prazer conversar contigo de novo, você que é um jovem promissor na política, que atua sempre com foco na defesa dos servidores públicos mesmo sem ter mandato e eu já começo a nossa entrevista te parabenizando pelos 496 votos. Não deve ter sido fácil, tendo em vista que os candidatos à reeleição usam a máquina em benefício próprio né verdade?

 

Tudo ótimo Caldeira, obrigado pelo convite, o prazer é todo meu. Bom, são duas situações que eu poderia falar sobre esse tópico inicial. A primeira é que nós ganhamos a eleição e vamos provar isso, só não posso entrar em detalhes agora. E a segunda é que a Chapa 2 está de parabéns, pelo brilhante desempenho demonstrado e eu valorizo muito isso, a humildade e a determinação. Realmente não é fácil e só quem está na pele sabe. Mas todas as dificuldades a gente supera.

 

2 – O uso indevido da máquina não pode ser gerar a nulidade da eleição?

 

Sim, inclusive, essa prática já está se tornando uma rotina no Sinjur. Usam a máquina o tempo todo, para satisfazer as suas ambições políticas e pessoais. O compromisso com os valores éticos, a verdade e a transparência é inexistente. É uma demagogia que cansa, olha só eles reclamam que o Tribunal é carrasco, mas eles fazem pior. O papel do sindicato deixou de ser a luta pelo bem comum e passou a ser a luta pelo bem individual dos diretores, que se acham intocáveis e super protegidos.

 

3 - Como vai ficar a questão da contratação sem concurso no Tribunal de Justiça, até onde eu sei tem uma Lei que foi aprovada, é isso mesmo?

 

Sim, foi aprovado o PLO n. 890/2020 que se transformou na Lei n. 4.910/20, após a sanção do governador. Eu me lembro de uma colega que disse assim ‘‘esse projeto já chegou na ALE aprovado’’, tentando é claro diminuir a responsabilidade dos responsáveis. Eu não quis entrar muito no mérito, porque o tempo vai dizer. Mas desculpas como essa, não colam e a mentira não se sustenta por muito tempo, logo as pessoas vão cair em si e perceber que houve inércia. Essa Lei vai prejudicar a categoria porque a tendência é a exceção (contrato temporário) se tornar uma regra, inclusive, para cargos de carreira permanente (técnico e analista) e se der certo não será só por 4 anos, como consta na Lei. Essa falta de articulação política vai nos custar muito caro.

 

4 – Brunno, como está a produtividade com o home office?

 

O aumento na produtividade é comprovado pelos números oficiais da própria instituição, inclusive vou te passar o link - ''Justiça em Números: TJ/RO é destaque pela alta produtividade de seus magistrados em 2020'', divulgado pelo site  (https://www.tjro.jus.br/noticias/item/13080).

 

No entanto, nenhuma contrapartida foi repassada a categoria, ainda. É importante deixar claro Caldeira, que trabalhar em ‘‘casa’’, não é benefício. E sim uma peculiaridade inerente da atividade ou você já viu o home office na rua? Eu vejo algumas pessoas usando esse argumento, que trabalhar em casa é o benefício, que estamos no lucro.

O que deve ser dito, é que existe muita cobrança, metas a serem cumpridas, ligações fora do horário de expediente, uso pessoal dos nossos equipamentos, aumento na carga de trabalho e o debate para ponderar ou mediar essa situação é zero. Estamos mal representados.

 

5 – A categoria de vocês está unida?

 

Não. Hoje a categoria está dividida em grupos e a pacificação desses grupos passa pela saída da atual Diretoria, que fomenta o tempo todo a divisão. O que eu faria? Eu trabalharia a união. Independente de ter votado em mim ou não, eu respeitaria a opinião de todos, jamais usaria a máquina para denegrir os sindicalizados (ainda que estejam errados), aceitaria as cobranças com naturalidade e jamais ameaçaria servidor nenhum com  processo. Quem criou a divisão da categoria em patamares elevados, foi essa atual gestão, isso é indiscutível. Perderam mais tempo perseguindo  internamente os colegas, do que trabalhando pelos interesses da classe. O resultado do salto alto está aí 0% de aumento no salário, indo para o 4 ano seguido.

A categoria desunida não tem força pra brigar contra o sistema. E a diretoria sozinha consegue no máximo espernear nas redes sociais e nada mais.

 

6 – A divisão da categoria beneficia quem?

Olha como é o falso moralismo, aqueles que mais falam da falta de união da categoria é quem mais se beneficia dela, porque divide os votos. Em compensação nunca vão conquistar nada coletivamente. O maior beneficiado é o patrão que submete os seus interesses fácilmente e a categoria fica perdida igual cego no tiroteio. Se a prioridade fosse a união você não acha que em 3 anos dava pra conseguir isso?

 

7 - Se a solução é unir por quê o sindicato não promove essa união?

 

Porque não existe uma relação de confiança e sem confiança não se constrói uma base. O próprio general que deveria dar o sangue por nós é o primeiro a pedir a nossa cabeça. Então, é uma ditadura disfarçada que se volta contra o próprio filiado, que é descartado na medida que ele não serve mais.

 

 

8 – A forma como a atual diretoria do Sinjur conduz o Sindicato é suicídio?

 

Sim, com certeza. É um palanque eleitoral eterno. E quando precisam da gente, pra fazer um protesto, uma paralisação e tal (ninguém vai). Na prática é como se fosse o ‘‘clube da luluzinha’’, que governa para um grupo muito pequeno de servidores, o que demonstra claramente ser impossível eles terem tido a quantidade de 956 votos.

 

 

9 – A eleição realizada nesse ano de 2020 foi fraudada?

 

Não teve transparência, legalidade, bom senso, tratamento igualitário, boa fé e nem imparcialidade. Pela 1ª vez a eleição foi virtual e apenas uma chapa teve acesso direto a empresa contratada e as informações privilegiadas, advinha quem? Nós não somos ingênuos, sabemos de todos os atos praticados e temos fé que a justiça será feita. Se não for a da terra, será a de Deus.

 

 

10 - Qual o Presidente do Sinjur que você mais admira?

Mauro e Carlinhos. São pessoas que nunca perderam a simplicidade e quando estiveram no poder não fizeram mal para ninguém. Eles aprenderam rápido, que o cargo é passageiro mas as amizades são pra sempre.

 

 

11 - Qual a sua mensagem final para os servidores do judiciário e para o ano de 2021 de sucesso?

É de otimismo, fé e preocupação. De otimismo pela nossa história de superação, luta e resistência. De fé, para superar as injustiças e as forças do mal que atuam contra os trabalhadores, as pautas visam sempre a retirada de direitos. E de preocupação porque estamos sendo guiados por cegos. Creio também que na questão da covid-19, a doença será finalmente controlada. E por fim, te agradecer Caldeira pela oportunidade, aos membros da Chapa 2 pelo empenho, todos os nossos companheiros de luta, os internautas  e que 2021 seja de muitas vitórias, saúde, paz e bênçãos para todos nós. Feliz Natal e Ano Novo, forte abraço!





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