Crise no comércio: 10 lojas fecham as portas no shopping de Porto Velho em 2025

EUIDEAL - O comércio em Porto Velho enfrenta uma de suas fases mais delicadas. Em 2025, dez lojas encerraram suas atividades no único shopping da capital, revelando uma crise silenciosa que atinge em cheio o setor varejista. Entre as marcas que fecharam as portas estão VR Collection, Di Santinni, A Patricinha, Outlet Via Lara, Malwee (adulto e kids), Iplace, Cabana Green, Capodarte, Valirse Lingerie e Magic Fit.
O fechamento em série levanta preocupações sobre a sustentabilidade do comércio local e reflete um cenário de dificuldades que vai além das fronteiras de Rondônia. Mudanças no perfil do mercado de trabalho, a falta de mão de obra qualificada e as transformações no comportamento do consumidor são apontadas como fatores que, combinados, vêm impactando diretamente o desempenho das lojas físicas em todo o país.
De acordo com dados recentes divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e destacados em matéria da revista VEJA, embora o Brasil registre a menor taxa de desemprego desde 2012, muitas empresas relatam dificuldades para contratar funcionários em funções básicas. O fenômeno é atribuído a fatores como expansão de programas sociais, mudanças culturais no mercado de trabalho, e a rápida transição para o varejo digital, que exige perfis profissionais diferentes dos tradicionais.
O varejo, historicamente um dos principais empregadores do país, agora enfrenta o desafio de preencher vagas e lidar com a migração de consumidores para plataformas online, agravando ainda mais o cenário para os estabelecimentos físicos.
Em Porto Velho, empresários ouvidos de forma reservada afirmam que, além da redução no consumo presencial, a dificuldade em manter equipes completas e treinadas pesou para a decisão de encerrar as operações de muitas marcas no shopping.
O episódio reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à qualificação de mão de obra e estratégias de adaptação do comércio tradicional às novas realidades de consumo. Sem isso, o risco é ver uma crise ainda maior se espalhar e afetar a vitalidade econômica da capital rondoniense.
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